terça-feira, 29 de dezembro de 2009
engasgado.
É assim que acaba, é assim. Sem música tema e sem créditos finais. É assim que acaba, o pingüim de geladeira quebrado em preto e branco no chão, que a Maria vai por num pano de prato e botar lá fora. O copo de leite deixado em cima da mesa e podemos dizer que isto foi há tempos. Por causa do soro flutuando, por causa da massa branca, irmã mais nova do iogurte. É assim que acaba. Sem a palavra adeus, sem um bilhete, sem miolos esparramados no chão. Acaba por inanição. Definha de fininho e quando você vê não está mais lá. É assim que acaba. Sem última valsa, sem assinatura no cartório. Sem divisão igualitária de bens. Caixas e caixas de papéis e objetos para empoeirar. Comida de cupim. Acaba como o cisco que o vento levou. Não morre, adoece. Não se espatifa, fica suspenso. No ar. Pra sempre. E se cair, ah, bom. Não vai ter ninguém pra ver.
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